O polêmico pastor Silas Malafaia foi alvo hoje pela manhã de uma condução coercitiva para prestar depoimento sobre uma investigação na qual é acusado de lavagem de dinheiro com o uso de contas da sua instituição para ocultar o recebimento de valores de um esquema em cobranças judiciais de royalties de exploração mineral.
A operação da Polícia Federal inclui buscas e apreensões em 52 endereços, 29 conduções coercitivas e 12 mandados de prisão temporária. Foram sequestrados 3 imóveis e bloqueados bens que podem alcançar até R$ 70 milhões.
Batizada de "Timóteo", a operação faz referência ao profeta bíblico que disse "O amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos".
O artigo 260 do Código de Processo Penal só prevê a condução coercitiva quando o acusado não atender prévia intimação para o interrogatório, mas desde o início da chamada "Operação Lava Jato" o instrumento foi banalizado. Quando Lula foi conduzido coercitivamente, o pastor Malafaia vibrou e disse que tudo que o juiz estava fazendo era de acordo com o Supremo Tribunal Federal.
Não é nova a lição. A história registra que quando nós vibramos com a quebra do Estado de Direito para nossos adversários, corremos o risco de ver o mesmo acontecendo conosco. Sem pré-julgamentos, Malafaia deve responder à investigação dentro dos termos da lei.
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