Dois ex-governadores com o apoio de Sarney hoje falam da "oligarquia" |
A entrada de Zé Reinaldo Tavares na administração municipal comandada pelo tucano João Castelo só reforça sua postura anti-PT e anti-Lula, fator determinante para que o Diretório Nacional do PT tenha decidido pela anulação do encontro estadual que decidira pelo apoio à chapa Dino-Reinaldista nas eleições de 2010.
Esta postura poderia até ser dissimulada, afinal, Tavares é filiado a um partido que faz parte da base aliada e, para não perder voto no estado que deu a segunda maior votação proporcional para Dilma, sua atuação contra o projeto petista se dá geralmente nos bastidores e não sob os holofotes, apesar de ele ter declarado apoio a José Serra no segundo turno da eleição presidencial.
Agora que está tudo as claras Flávio Dino não pode mais ficar se fazendo de "João sem braço". Concorda com a "opção pelo atraso" ou romperá com seu tutor político? Deixando a retórica fácil de lado, o caminho natural seria o líder do PCdoB refutar aproximação com PSDB e, em não sendo candidato, declarar apoio ao petista Washington Luiz, de quem é amigo pessoal.
Mas não, isso não vai acontecer porque Washington é o "candidato de Sarney", mesmo discurso surrado do qual Flávio Dino foi vítima quando disputou a prefeitura em 2008 contra Castelo e com o apoio do PT. E essa retórica fácil tem mais peso na política maranhense do que qualquer debate real sobre os problemas e suas soluções a bem da população do estado e da ilha.
Mais até do que o governo Jackson Lago, eleito graças ao abuso de poder político do então governador Zé Reinaldo, Castelo vem deixando mais do que claro na prefeitura da nossa capital que ser contra Sarney não faz de ninguém bom gestor. Ser "anti-Sarney" significa muito pouco além de um discurso que mantém a relevância de metade da classe política maranhense.
Comentários
Se o PT tivesse se coligado com Flávio, certamente ele seria hoje o governador do Maranhão, com Zé Reinaldo mandando no governo e com Dilma não tendo tido o apoio do PMDB no estado. A aliança que fizemos garantiu a segunda melhor votação proporcional para nossa candidatura nacional.
Quando Flávio Dino não esteve com Zé Reinaldo, nas eleições municipais de 2008, o PT o apoiou. Partimos de 3% nas pesquisas para levá-lo ao segundo turno e quase derrotar Castelo, que contava com o apoio dos "anti-Sarney" Jackson Lago e Zé Reinaldo.
Se Flávio achar que para chegar um dia ao governo do estado tem que se aliar com um projeto anti-petista, tudo bem, mas não espere o apoio do PT assim.
O PT é um partido democrático e aberto. É natural que haja divergências.
Infelizmente, há companheiros que precisam do surrado discurso "anti-Sarney" para manter alguma relevância política, mas um no PT está surgindo. Um PT que se fortalece pelo diálogo e pela aplicação no nosso estado do projeto político que mudou o Brasil.
Não tenho dúvidas que o companheiro Washington Luiz tem tudo para estar no segundo turno da eleição na capital e espero que todas as forças populares se unam para derrotar o tucano João Castelo.
Aqui em Chapadinha o partido também crescerá e, espero, trabalhará para se viabilizar para a disputa de 2016. Se tem uma coisa que o PT não é nesse processo eleitoral é coadjuvante. Todo mundo quer o PT, todo mundo fala do PT, todo mundo quer dar pitaco nas decisões do PT, mas o partido tomará sua decisão de forma equilibrada sem se importar em desagradar os adversários.